terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

velho, novo

estava vazia de palavras. não de idéias, essas continuavam estourando feito pipoca na panela. eu passara todo o tempo com aquele velho olhar parado, e igualmente vazio. a cabeça feito pipoca, os papéis e o mundo cheio de números. improdutivos.
e ai eu quis o teu abraço como eu sempre quero quando meu corpo esfria. meus pés eram pedras de gelo, minhas unhas pintaram-se de rosa, de raso. o sol lá fora contrastava com a minha palidez.
era aquela velha tristeza bonita, eu diria até necessária. cor de mais enjoa, de vez enquando é bom sentir o cinza das coisas rabiscarem feito grafite. grafite 0.5, mais fino, mais fraco, mais fácil de apagar.