terça-feira, 30 de junho de 2009

tempo de partir

deve mesmo ser assim, isso que as pessoas chamam de ciclo da vida.
o ciclo natural da vida é ver partir.
partir dessa pra melhor, dessa dimensão pra outra. partir pra outra cidade, outro estado, outro país. trocar de corpo. trocar de rua. de amor. porque trocar também é deixar partir.
o problema definitivamente, é quando todos partem ao mesmo tempo. e não é porque já é quase julho, mas apenas porque é tempo de partir. deixar para trás cômodos, coisas, corações.
de repente todos parecem ir embora, menos você. logo você. você que sempre achou que era a mais desprendida, a que mais quis ir pra longe. você é a que mais está por perto. talvez não estagnada, mas movendo-se aos milímetros. e não aos quilômetros, como você sempre quis. talvez por isso as partidas já não sejam tão sentidas, tão sofridas. e também talvez por isso você as sinta tanto. é contraditório, mas você de fato é assim: disfarça tanto e mente tanto pra si mesma que acredita.
então por fim, sem mais lágrimas, analogias ou o que quer que seja, deixe-os. deixe que partam. corte os cordões umbilicais ou todas as outras formas de ponte.
mas depois e o quanto antes, recosture os laços e emende os retalhos das vidas desprendidas em você.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

da espera

rabsica enquanto espera. rabisca.
mantém a calma. não liga, não vai embora.
espera. (e não desespera)

não ouve voz onde não tem.
não vê o que não está lá.
não há coração, onde não há.