sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

o amargo da língua

é como se de repente eu não acreditasse em mais nada. e pode parecer um jeito estranho de se começar um primeiro texto de um novo ano, mas é fato. eu não acredito mais nela, nem nele, nem nela, nem neles todos. todas as palavras e atos e até mesmo afetos viraram pó e eu me lembro de todas as vezes em que eu pensei que eu era mais eles do que eu mesma. muito mais. e de certa forma ainda sou, mesmo que às avessas e aos pedaços e não querendo mais ser. o que faz a diferença agora sou mesmo eu, que não acredito mais.
amanheci cética de cansaço de todas as mentiras insistentes que me contam sem cessar, sem me dar o tempo de absorver.
dói o estômago, dói o peito, dói de vontade de gritar pra poder ficar sozinha sem deixar ninguém escapar, pelo menos não antes de ouvir meu grito. dói estômago e o peito e eu não sei mais qual dor vem de onde, quem é o quê e no que eu me transformo nessa história toda.

3 comentários:

Anônimo disse...

"dói o estômago, dói o peito, dói de vontade de gritar pra poder ficar sozinha sem deixar ninguém escapar, pelo menos não antes de ouvir meu grito"

se eu não te conhecesse e soubesse que você é mulher, eu diria que eu te entendo.

Octávio Scapin disse...

dói te ver doer.
palavras sinceras por aqui.
beijokas carinhosas do scapin!
PS: gostei da sua aprovação do 2009 preto e branco! ;)

Anônimo disse...

é estranho ler tudo e ver o enorme sentido que faz...
conta comigo sempre!!