quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

pra que alguém encontre, quando eu perder

todas as cartas que eu não mandei estão salvas no meu último backup. todas as noites em claro estão presas debaixo do meu colchão. todos os amores que eu não vivi estão escondidos no fundo das gavetas. toda a dor, no fundo dos armários. todas as mágoas e desejos estão soterrados sob uma pilha de papéis dentro de um baú lacrado por uma fechadura imaginária. e eu não faço a mínima ideia de onde guardei a chave.

eu queria não ter perdido. queria resgatar a preguiça dos meus sorrisos com você. queria silêncio e música alta.
e mais papéis para soterrar ainda mais as coisas, ainda mais coisas.